A RISADA DO BEBÊ
Graci
despertou com a risada do bebê. Olhou o relógio. Três da manhã.
O
som vinha do quarto ao lado.
—
Ouviu isso, Rubens?
Rubens
não respondeu, porém, Graci viu que ele estava acordado, com os olhos
arregalados.
—
É a primeira vez que ele ri.
—
Eu sei.
Graci
aguardou um pouco, então fechou os olhos.
O
bebê voltou a rir. Uma contagiante gargalhada.
—
É o nosso filho — insistiu Graci. — Preciso ir vê-lo.
—
Tem certeza?
Na
verdade, Graci não queria ir até o quarto. A ideia do que poderia encontrar a
aterrorizava.
Não
fazia nem um mês que o bebê havia morrido.
Microconto de minha autoria originalmente publicado no livro Sem / Cem palavras, organizado por Cinara Ferreira e Fernanda Melvee, publicado em 2018
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