QUESTÃO DE
FRAGILIDADE
Os alunos repercutiam o
final de semana na sala de aula. Menos Carlos. Principal saco de pancadas da
escola, levara mais uma surra do padrasto. Eram tantas que até perdeu as
contas.
Resolveu descontar em
alguém. Se batiam nele porque era frágil, deveria encontrar um coitado que
fosse pior. Olhou para Daniel. Este certamente era pior.
Sentou ao seu lado e sacou
uma faca.
— Veja isso, cuzão.
Daniel saltou da classe
ruidosamente, com a faca enterrada na barriga. Seu blusão branco ficou rosa. Logo
começou a gritaria.
E no rosto de Carlos todos
viram o sorriso mais puro e genuíno.
Microconto de minha autoria originalmente publicado no livro Sem / Cem palavras, organizado por Cinara Ferreira e Fernanda Melvee, publicado em 2018.
Nenhum comentário:
Postar um comentário