ARREPENDIMENTOS
Vivo a iminência da
morte. Nesta terrível situação, penso nos meus arrependimentos.
Eles são vários...
Eu deveria ter ficado
mais perto da família; jamais tive uma conversa franca com meu pai e meus
filhos. Deixei os velhos amigos escorrerem pelas décadas e lamentavelmente não
experimentei o sabor de uma grande paixão.
Jamais trabalhei nas
coisas que quis. Não terminei os livros que comecei a escrever. Deixei pra lá
os meus maiores sonhos.
Mas há um
arrependimento maior.
Se eu soubesse que os
meus últimos instantes de vida ocorreriam debaixo da terra, enclausurado em um
caixão, teria pedido para ser cremado.
Microconto de minha autoria originalmente publicado no livro Sem / Cem palavras, organizado por Cinara Ferreira e Fernanda Melvee, publicado em 2018.
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